A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e do Centro de Memória do Circo, realiza a terceira temporada da exposição itinerante O Circo Modernista, entre os dias 17 de setembro e 17 de dezembro, no Centro Cultural Tendal da Lapa. A mostra traça um panorama dos movimentos artísticos de vanguarda no início do século XX em sua aproximação com o circo.
A ênfase é o Brasil dos anos 1920, quando em São Paulo os poetas e artistas modernistas Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e Yan de Almeida Prado se aproximaram do circo através do palhaço Piolin. A mostra é composta de instalação cenográfica, texto, fotografias, áudio e audiovisual, e tem como fonte o acervo do Centro de Memória do Circo.
A exposição também oferece um zoom no modo de produção circense ao focar a trajetória das famílias Pereira, Pinto, Queirolo e Seyssel. Essas famílias, na década de 1920, eram responsáveis pelos dois mais importantes Circos Pavilhões, como eram chamados os circos fixos, na cidade de São Paulo. Enquanto a Família Queirolo administrava seu próprio circo, as famílias Pinto, Pereira e Seyssel se reuniram no Circo Alcebíades, armado no Largo do Paissandu, em histórica temporada ocorrida entre 1925 e início de 1929.
A história dessas quatro famílias, em suas várias gerações, se entrelaça com a do circo da cidade de São Paulo e do próprio país. Autênticas representantes de um modo de produção circense tipicamente brasileiro, que tem no palhaço seu principal artista, essas famílias tornaram-se dinastias de palhaços. Da família Pereira destacam-se os palhaços Alcebíades e Fuzarca. Da Pinto, Piolin e Ankito. Da Queirolo, Chicharrão, Torresmo, Chic-Chic e Harris. E da família Seyssel, os famosos Pimentinha e Arrelia com seu bordão repetido à exaustão por todo o país: “Como vai? Como vai? Como vai? Muito bem! Muito bem! Muito bem!”.
A exposição tem curadoria de Verônica Tamaoki, coordenadora do CMC, em parceria com o programa Sou de Circo. Com assistência de curadoria de Henrique Vasques e Ícaro Mourão, projeto expográfico de Renato Figueiredo, cenotecnia de Fábio Jerônimo, design gráfico de Antonio Kehl e direção de produção de Roberta Castro.
Sobre o Centro de Memória do Circo – O Centro de Memória do Circo, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, é a única instituição de toda a América Latina consagrada exclusivamente à memória e cultura circense. Inaugurado em 2009, tem como missão resgatar, reunir, pesquisar, preservar e difundir o circo brasileiro – sua história, suas artes, seus artistas, seus saberes. Entre os reconhecimentos que lhe foram concedidos, o CMC recebeu a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, em 2015, e em 2016 o título Memória do Mundo Brasil, da UNESCO, concedido para o Arquivo Circo Garcia, que se encontra sob sua guarda.
Centro Cultural Tendal da Lapa
Rua Guaicurus, 1100. Fonte: capital.sp.gov.br
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