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O DIA DA CAÇA

Lindomar conhecia todos os supermercados da redondeza, não perdia uma oportunidade.
O danado a cada visita ao supermercado escolhia uma cliente só, a mais interessante para tentar uma conquista. Seguia-a até manter o primeiro contato. Astuto, sabia quando como e com qual intensidade agradar.  Colocava no carrinho o mesmo produto que a outra pegasse, com o único objetivo de puxar assunto. Sabia como ninguém de todos os assuntos.
Numa ocasião escolheu uma bela dona de casa, mulher jovem e sensual. Como sempre fazia investiu sobre ela. Sem maiores dificuldades a moça correspondeu, deixando-o entusiasmado. Essa está no papo, pensou e dirigindo a palavra:
— Posso ajudar?
— Se quiser aceito a sua ajuda sim. Você é muito simpático — responde ela.
—  Quero sim. É um prazer ajudar uma pessoa tão bela.
— Então empurre o carinho para mim, tenho uma tendinite e receio que possa se agravar — pronuncia a mulher.
Dono da situação desfilava tranquilamente todo serelepe ao lado da beldade. Passava por cada um dos corredores e a cada pedido dela, todo solicito a atendia prontamente, entre um produto e outras conversinhas picantes e galanteadoras. Este aqui, e mais aquilo e aquilo mais. Tudo do bom e do melhor
Carrinho lotado e ela transmitindo sensualidade pede:
— Querido, ajude-me a passar no caixa, depois trocamos nossos e-mails, telefones o que você quiser.
O cafajeste a ajuda no check-out e quando está por terminar ela leva a mão à cabeça e fazendo se notar pela menina do caixa, olha para ele toda dengosa:
— Benzinho esqueceu-se de pegar a sobremesa, vai lá buscar, vai. Você escolhe.
Enquanto o indivíduo sem pestanejar segue em busca da solicitação, a dona passa instrução para a funcionária:
— Estamos atrasados, vou indo para o carro, avise o meu marido, ele é quem vai pagar.
Mais que depressa empurrando o carrinho ela desaparece por entre os automóveis, sem deixar pistas.
Lindomar retorna ao caixa com a sobremesa, estupefato percebe que perdera a mulher de vista. Obrigado a pagar a gorda conta, depois desse dia ele nunca mais foi visto nos supermercados da região.
Samuel De Leonardo (Tute) é publicitário. Atuou em diversas agências de Publicidade de São Paulo. Publicou os livros: “Hacasos” em 2016 e “Versos & Prosas” em 2022. Tem alguns de seus textos inseridos nos sites Recanto das Letras, Casa dos Poetas e das Poesias, e textos radiofonizados na voz do âncora Milton Jung, no programete Conte a sua história de São Paulo da Rádio CBN SP. samuel.leo@hotmail.com.br e Facebook@samueldeleonardo.

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