Festas juninas em tempos de pandemia, tendo que se reinventar
Pelo segundo ano consecutivo, não teve quadrilha, não teve casamento caipira, aquela roupa ficou no armário, não teve fogueira, nem as comidas e bebidas típicas. Enquanto a pandemia do Covid-19 avança, aqueles que se dedicam às quadrilhas juninas buscam alternativas para que o fogo não cesse e, quem sabe em 2022, volte a ser comemorada com a alegria característica desta época de festas por todo o Brasil.
Já houve um período anterior, por conta de outras pandemias, como a gripe espanhola, o cólera e a varíola, no século passado, onde as festividades populares também foram suspensas, visto que a comoção social e as condições sanitárias se alteraram abruptamente, fugindo ao controle e suspendendo as rotinas comuns.
Atualmente, devido à pandemia, as tradicionais festas juninas ganharam versões midiáticas, e as quadrilhas buscam ambientar-se no mundo digital, o potencial de reinvenção foi imediatamente ativado, e as festas de São João neste período pandêmico, passaram a serem virtuais, de forma segura para a manutenção da vida sem perder a alegria. É inevitável, porém, pensar que o digital jamais vai proporcionar a mesma sensação que o ciclo junino presencial oferece. Perde-se em termos de socialização, confraternização e práticas culturais.
Economicamente, também é uma cadeia produtiva que deixa de funcionar em sua plenitude, como produtores, cozinheiras, costureiras, chapeleiros, sapateiros, maquiadores, figurinistas, aderecistas, entre outros, que sofrem com a paralisação dos ofícios e, consequentemente, com a perda de ganhos e a manutenção econômica de si e de suas famílias. E o que dizer então das quermesses? As igrejas sempre contam com essas já tradicionais arrecadações extras, para sua própria manutenção e de suas ações sociais…
Em 2020 já aconteceram diversos eventos juninos on-line mesmo com o quadro de incertezas. Neste ano de 2021, por incrível que possa parecer, estamos numa situação pandêmica pior ainda e sem eventos presenciais, o jeito foi e é se organizar para as programações via internet.
Refletindo “no sentido da festa, há de se festejar as famosas festas juninas” nos próximos anos de uma forma mais significativa, guardando na memória as perdas dos entes queridos que se foram durante essa pandemia; as quadrilhas juninas nunca deixaram de fazer críticas sociais e políticas em suas apresentações, então que o sofrimento com as perdas de vidas humanas da pandemia façam das próximas festividades, literalmente uma reflexão em sua forma e conteúdo, pois nada será como antes depois dessa experiência pandêmica.
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