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Construtora corta árvores às margens do Rio Pinheiros

Dezenas de árvores foram cortadas às margens do Rio Pinheiros, em um terreno ao lado da Usina de Traição, onde uma construtora tenta levantar um condomínio de luxo desde 2018. A obra é questionada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) e está com a análise do alvará de construção suspensa.
De acordo com a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, a empresa Aveiro Construções Ltda tem permissão para cortar 141 árvores no terreno, com base em um termo de compromisso ambiental assinado com a prefeitura da capital em dezembro de 2017. Contudo, a pasta afirma que somente 21 árvores mortas foram retiradas do local. Outras 23 teriam sido replantadas em outro espaço e 81 preservadas.
No documento firmado, a Aveiro se comprometeu a fazer o plantio de 162 mudas no terreno, além da entrega de 8.993 mudas ao Viveiro Manequinho Lopes, localizado no Parque Ibirapuera.
A Aveiro é controlada pela JHSF Incorporações Ltda, construtora que adquiriu o terreno ao lado da usina para subir quatro torres de apartamentos luxuosos, com o metro quadrado custando em torno de R$ 60 mil. As unidades já estão sendo comercializadas e custam entre R$ 27 milhões e R$ 39 milhões.Segundo a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, a construtora possui um alvará de aprovação, documento que garante à empresa o direito de venda dos imóveis, ainda que o início das obras esteja embargado pela falta do alvará de execução, o pedido de autorização para as obras foi enviado à secretaria, mas sua análise está suspensa a pedido do TCM.
Apesar da presença de tratores e caminhões na área, a Subprefeitura do Butantã afirmou que realizou uma vistoria na segunda-feira, 17 de julho e verificou que a construção do condomínio segue suspensa.
De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, a empresa responsável pelo terreno firmou um termo neste ano que autoriza a realização de obras de “reconfiguração geométrica e drenagem de águas pluviais da Marginal Pinheiros”.Segundo Maurício Faria, conselheiro do tribunal, uma auditoria do TCM constatou que a Prefeitura de São Paulo emitiu um alvará de execução irregular, uma vez que considerou que o terreno fazia parte da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, onde é permitido um maior potencial construtivo, para conceder a permissão.Para o TCM, o terreno localizado entre a Marginal Pinheiros e a Usina de Traição pertence à Subprefeitura do Butantã.
A Construtora JHSF negou que esteja realizando obras do empreendimento no local, disse que está apenas armazenando terra para outros serviços. Mas afirmou que possui alvará para o empreendimento, que foi emitido pela prefeitura em 2015.
Já a prefeitura afirmou que a área em questão faz parte do perímetro da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, criada em dezembro de 2001, com o objetivo promover a reestruturação da região que contempla parte da Marginal Pinheiros, Avenida Chucri Zaidan, Avenida Jornalista Roberto Marinho, assim como a área ao longo do córrego Jabaquara. Prevê também intervenções como a abertura e extensão da Avenida Roberto Marinho até a Rodovia dos Imigrantes.

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