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Câncer de próstata, o mal do homem

O câncer de próstata, atualmente classificado como o segundo tipo mais comum entre os homens brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, segue com projeção de mais de 70 mil novos casos para o ano de 2025, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Estudo publicado pela revista The Lancet, em abril deste ano, realizado por sua comissão científica, prevê um aumento alarmante nos casos em escala global. De acordo com a pesquisa, estima-se que os diagnósticos dobrem nos próximos 16 anos, saltando de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões até 2040. Isso se deve, principalmente, pelo aumento da expectativa de vida da população.
O avanço da idade, aliado à falta de acompanhamento médico regular, potencializa o aparecimento de câncer de próstata entre homens. Pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que menos de 40% dos brasileiros com mais de 50 anos realizaram exames de próstata em 2023. Além disso, pelo menos 36% dos entrevistados nunca chegaram a fazer o exame de toque retal.
Na fase inicial, o câncer de próstata pode ser assintomático, ou seja, não apresentar sintomas visíveis. No entanto, quando os sinais começam a aparecer, os mais comuns incluem dificuldade para urinar, demora para iniciar e terminar a micção, presença de sangue na urina, diminuição do jato urinário e uma necessidade maior de urinar ao longo do dia. É importante ficar atento a esses sinais!
O câncer de próstata e seu tratamento podem ter consequências graves na qualidade de vida do homem, afetando aspectos físicos como incontinência urinária, disfunção erétil, fadiga e sintomas urinários. Também podem surgir impactos psicológicos, incluindo ansiedade, depressão e baixa autoestima, além de interferências em relacionamentos e atividades sociais. Esses efeitos variam conforme o estágio da doença no momento da detecção, o tipo de tratamento escolhido e o suporte disponível.
Os homens devem procurar um urologista ao longo de toda a vida, tornando-se essencial após o início da atividade sexual. Essas consultas regulares possibilitam um monitoramento abrangente da saúde, minimizando os riscos de doenças e permitindo a detecção precoce de quaisquer problemas.
A investigação do câncer de próstata envolve inicialmente dois exames fundamentais: o primeiro é o exame de toque retal, em que o médico avalia a forma e textura da próstata. A partir dele, é possível palpar as partes posterior e lateral da próstata, locais em que a maioria dos tumores desse tipo inicia.
O segundo é o exame de PSA, um teste sanguíneo que mede a quantidade de Antígeno Prostático Específico – uma proteína produzida pela próstata. Níveis elevados dessa proteína podem indicar câncer ou doenças benignas da próstata.
Outra forma para confirmar o diagnóstico de câncer de próstata é pela biópsia, em que pequenas amostras da próstata são coletadas para análise laboratorial. Ela é indicada caso haja alguma alteração bloqueada no exame de PSA ou no toque retal.
Em geral, homens com risco médio devem começar a discutir o rastreamento com seus médicos a partir dos 50 anos. Aqueles com maior risco, como afrodescendentes e indivíduos com um parente de primeiro grau diagnosticado antes dos 65 anos, devem iniciar essa discussão aos 45 anos. Homens com risco ainda maior, como aqueles com múltiplos parentes diagnosticados antes dos 65 anos, devem considerar iniciar aos 40 anos.
O histórico familiar também desempenha um papel importante. Ter um pai ou irmão diagnosticado eleva consideravelmente o risco, especialmente se o diagnóstico ocorreu antes dos 60 anos. Além disso, a etnia apresenta risco, já que os homens negros apresentam uma maior incidência e tendem a ter um comportamento mais agressivo da doença em comparação com homens de outras etnias.

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