9 de março é considerado o Dia Mundial do Rim. Com o tema “A Mulher e a Doença Renal – Incluir, Valorizar e Capacitar”, a campanha mundial oferece a oportunidade de refletir sobre o tema e principalmente sobre a saúde feminina. E o motivo é simples: as doenças renais crônicas têm maior probabilidade de se desenvolver justamente em mulheres. A prevalência, no mundo, é que 14% das pessoas do sexo feminino sofrem de problemas renais, contra 12% dos homens.
Segundo o médico nefrologista Yussif Ali Mere Jr., presidente da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, a Fehoesp, calcula-se que 195 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de alguma doença renal crônica. Elas são a oitava causa de mortes entre mulheres, respondendo por 600 mil óbitos por ano. Esses números mostram a importância da campanha mundial do Dia do Rim.
Mere Junior defende a importância de ações para prevenir que doenças renais se desenvolvam em um contingente que pode chegar a 20 milhões de brasileiros. A diabetes, por exemplo, é uma doença silenciosa e que se agrava e, por isso, muitos pacientes chegam ao transplante. E, quando não conseguem um órgão compatível, a saída é a hemodiálise (procedimento de filtragem do sangue por máquina que faz a função do rim).
Cerca de 120 mil pessoas fazem hemodiálise no Brasil. 90% da terapia renal substitutiva são bancados pelo poder público e 94% das empresas que prestam este serviço são privadas, porém apenas 7% dos municípios brasileiros o oferecem. Ali Mere Junior defende a ampliação da parceria da iniciativa privada com o SUS. “Temos que nos preocupar com a saúde dos brasileiros, e não com a discussão ideológica que divide SUS e saúde suplementar”, explica.
Causas
A hipertensão, ou pressão alta, é a primeira causa de insuficiência renal, explica o nefrologista. ”Por isso, é muito importante controlar a pressão arterial e, diagnosticada a hipertensão, tratar o problema adequadamente. Mas é importante lembrar que o inverso pode acontecer, ou seja, a doença renal também pode causar pressão alta e, quando isso acontece, a pressão arterial elevada faz com que os rins se deteriorem mais rapidamente.”
A doença renal é diagnosticada com exames de urina e de sangue. Portanto, é importante que a pessoa procure um médico regularmente e faça seus exames preventivos. Para garantir bons resultados, é importante que a doença renal, assim como todas as outras, seja diagnosticada precocemente e que seja tratada no tempo certo, com os cuidados necessários a cada caso.
Já a prevenção está diretamente ligada a hábitos de vida saudáveis, como controlar o colesterol, consumir o mínimo de gordura possível, reduzir o consumo de álcool, carnes vermelhas, doces e bebidas açucaradas, parar de fumar, fazer atividade física pelo menos 30 minutos cinco vezes por semana, manter o peso dentro do ideal ou aceitável e controlar o estresse. Quem tem diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, histórico de familiar com insuficiência renal, é sedentário e está acima do peso, tem maior risco de contrair uma doença renal crônica e merece mais atenção.