Avenida Paulista, também poderia ser Avenida Baiana, Mineira, Gaúcha, ou simplesmente Avenida Brasileira. Avenida de todos, generosa que bem conhece a arte de acolher de toda maneira.
Um dia reduto do senhor do café e dos barões dos magníficos casarões, hoje tem o senhor dos valores, o senhor anônimo, tem os doutores, tem até senhoras da reza, em um ponto a Catarina Santa, em outro o Luís que é no colégio um santo que se preza.
E se queres ir mais longe ainda, em busca de milagres, ela nos direciona para São Judas santo de fé e de Nossa Senhora de Fátima, lá no Sumaré.
Avenida da vida, avenida da diva, da exuberância. Passarela de moças bonitas e de rapazes elegantes, da mulher bela e do homem sério que transborda em importância.
Corredor da corrida do ouro, da corrida diária, da corrida de São Silvestre e também da corrida de todas as cores, das cores de todos os arco-íris.
Templo da festa de ano bom e da festa dos campeões. Campo de protestos legítimos e de infundadas manifestações De um lado Cerqueira César, o Trianon e os Jardins, do outro tem o MASP e que Bela Vista tem o centro ao longe lá nos confins.
Avenida musa esguia, desejada mesmo sem as curvas insinuantes, causa inveja às mulheres, se duvidas pergunte então à Mariana ou a Angélica que ao longe só observam essa dama tão admirada. Tem ainda a Ana Rosa que só tem prosa, mas sequer da sua beleza se aproxima, e a Madalena está distante, é bonita apenas.
Avenida que a Augusta o caminho cruzou, mas não a abalou e que o Brigadeiro com despeito só o fez por abuso de poder, já que patente merece prudência e respeito.
Avenida símbolo dos paulistanos, dos edifícios inteligentes, das torres e das antenas, dos teatros, das finanças. Espigão com seu trânsito e muita gente em andanças, segue o seu destino com altivez, absoluto, embaixo circula o metrô em sua pujança, enquanto em cima pode ver, não se rende a nenhum viaduto.
Avenida de aparência moderna, corpo estrutural e de alma terna. Tem uma magia, que ampara e que conforta o coração como que querendo dizer: se não atingires o Paraíso, com certeza terás a Consolação.
Avenida Paulista, quando eu a vi pela primeira vez confesso que enamorado fiquei, agora que eu a conheço, não por inteira, porque assim como toda mulher carrega um ar de mistério que ninguém vê, permita essa homenagem de um admirador que ama você.
Samuel De Leonardo (Tute) é publicitário. Atuou em diversas agências de Publicidade de São Paulo. Publicou os livros: “Hacasos” em 2016 e “Versos & Prosas” em 2022. Tem alguns de seus textos inseridos nos sites Recanto das Letras, Casa dos Poetas e das Poesias, e textos radiofonizados na voz do âncora Milton Jung, no programete Conte a sua história de São Paulo da Rádio CBN SP. samuel.leo@hotmail.com.br e Facebook@samueldeleonardo.