Com a chegada do período de baixas temperaturas, é comum que as pessoas passem a tomar banhos mais quentes. Somado ao clima seco, esse hábito, contudo, pode ajudar a alterar a barreira cutânea da pele, aumentando a chance de surgimento de alergias.
Entre os tipos de alergia de pele mais comuns estão a urticária, dermatite atópica e as dermatites de contato.
Muito comum no inverno, o uso de roupas que ficaram muito tempo guardadas também pode contribuir para o desenvolvimento de crises alérgicas na pele, devido ao acúmulo de ácaros nos tecidos, o que também facilita o aumento de alergias respiratórias.
A dermatologista Karen Regina dos Santos, do Hospital Dia Cidade Ademar, conta que as crises podem ser desencadeadas por fatores de risco como contato com pólen, mofo, ácaros ou animais; contato com materiais ásperos; exposição a irritantes ambientais, fragrâncias ou corantes adicionados a loções ou sabonetes, detergentes e produtos de limpeza em geral; roupas de lã e de tecido sintético. E não para por aí, a baixa umidade do ar, o frio intenso, calor e transpiração; infecções; estresse emocional e até certos alimentos podem desencadear quadros alérgicos mais graves.
Estresse – A médica explica que o estresse tem papel fundamental nessas crises por liberar diversos mediadores de inflamação, que podem, por exemplo, agravar um caso de dermatite. “Os pacientes devem também cuidar da sua saúde mental, aprendendo a controlar o estresse, adotando uma vida equilibrada e saudável. Manter atividades de lazer pode ajudar a reduzir os fatores que geram o estresse”, diz.
Como diferenciar os tipos de alergia de pele e tratá-los – A urticária é caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como vergões, que aparecem na pele e coçam muito. Essas lesões geralmente desaparecem em 24 horas, dando lugar a outras semelhantes em lugares diferentes do corpo.
“A urticária deve ser tratada com anti-histamínicos, mais conhecidos como antialérgicos, porém devem ser prescritos pelo médico. Algumas orientações também são recomendadas, como evitar calor, bebidas alcoólicas e estresse, pois são fatores de piora. Na alimentação, é recomendado evitar corantes, conservantes, embutidos (frios, salsicha), enlatados, peixe e frutos do mar, chocolate, ovo, refrigerantes e sucos artificiais”, comenta a dermatologista.
Em relação às dermatites, os sintomas e tratamento variam dependendo do tipo. “A dermatite atópica se manifesta em pacientes de pele muito ressecada. Surgem placas vermelhas com alterações na superfície da pele, que podem ser ressecamento, vermelhidão, crostas e áreas mais grossas”, explica Karen.
Diferentemente da urticária, as lesões não desaparecem rapidamente. “São lesões crônicas que pioram ao coçar e, muitas vezes, podem sofrer infecções bacterianas, se tornando mais úmidas e com saída de secreção. As localizações mais comuns são as dobras internas dos braços e pernas e pescoço.”
A principal recomendação para pacientes que possuem dermatite atópica é o uso de hidratantes sem cheiro, várias vezes ao dia. “Outra orientação extremamente importante é sobre o banho, que não deve ser muito quente, deve ser rápido e com sabonete líquido ou syndet (um detergente sintético com PH da pele encontrado em farmácias), e não pode usar bucha. O hidratante deve sempre ser usado após o banho, isso aumenta sua absorção, e mais 1 ou 2 vezes ao dia”, orienta a médica. Também vale evitar o contato com alérgenos ambientais, como poeira, pólen, sabonetes com perfume, produtos de limpeza doméstica e tabaco.
Outro tipo muito comum de dermatite é a de contato: “Está localizada geralmente de acordo com seu agente causador, por esmalte normalmente é na face, por detergentes e produtos de limpeza nas mãos, perfume no pescoço e, em alguns casos mais exuberantes, as lesões podem aparecer em todo o corpo”. Mais comum em adultos, esse tipo de dermatite só tem melhora quando o agente causador é afastado.
Além dos fatores relacionados ao inverno, também é essencial redobrar os cuidados com a pele por conta do uso de máscara durante a pandemia de Covid-19. “O uso prolongado da máscara aumenta a umidade no rosto, o vapor, as secreções, como suor, saliva e muco, que ficam presas entre a pele e a máscara, causando irritação e sensibilização do local”, complementa a médica Karen.
Portanto, antes e após o uso da máscara é importante lavar bem o rosto.
Em caso de qualquer sinal de alergia, vale buscar orientação médica. A porta de entrada para os tratamentos de especialidade na rede SUS é a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa ou trabalho. Para encontrá-la, basta acessar a ferramenta Busca Saúde (http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/). Fonte: capital.sp.gov.br
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