Pela primeira vez na América Latina, um equipamento público dedica um espaço permanente voltado ao universo dos DJs. No dia 28 de abril, o Centro Cultural Olido, localizado no Centro Histórico da capital, inaugurou a Galeria do DJ “Sonia Abreu”, com a mostra “60 Anos de Discotecagem em SP”.
A Galeria e a exposição, idealizadas pelo Secretário de Cultura da Cidade de São Paulo, Alê Youssef, e pela coordenadora do CC Olido, Claudia Assef, contou com a colaboração de mais de 100 DJs da cena paulistana para a sua elaboração, contando inclusive com itens de Sonia Abreu, que faleceu em 2019. As peças de Sonia haviam sido doadas a Claudia em vida, pois Sonia acreditava que “um dia ela usaria”. A abertura, que será realizada de forma on-line, conta com um tour virtual pela mostra e set “60 Anos de Discotecagem” de DJ Marky. Serão mais de mil itens em exposição.
A ideia do espaço nasceu da vontade de consolidar o Centro Cultural Olido em um polo cultural conectado com a cena cultural do centro de São Paulo, uma referência da música urbana tocada nas festas da cidade pelos DJs, uma das grandes tradições da noite paulistana. “A Galeria do DJ ‘Sonia Abreu’ fortifica o movimento que temos feito desde 2019 no sentido de conectar o Olido com as vanguardas urbanas”, explica o secretário Alê Youssef.
“A cena da música eletrônica representa também uma vertente dos novos modernistas, a potência criativa da cidade”, destaca Youssef. O espaço foi projetado pelo cenógrafo Zé Carratu, que desde os anos 1980 trabalha com arte urbana.
O local foi pensado com o intuito de valorizar e celebrar o trabalho de mulheres e homens que se dedicaram e ainda se dedicam ao ofício de disc-jóquei, com um mobiliário que servirá de moldura para diversas exposições temáticas.
Sobre Sonia Abreu – A escolha de homenagear Sonia Abreu (1951-2019) para dar nome ao espaço se deu por conta de seu pioneirismo na cena de discotecagem nacional. “A Sonia foi a primeira a realizar muitas coisas: foi uma das primeiras mulheres a trabalhar como sonoplasta no rádio, a primeira DJ mulher a atuar numa discoteca, nos anos 70, a primeira a sair com uma rádio ambulante pelas ruas de São Paulo”, afirma Cláudia Assef. “Tudo o que ela fazia musicalmente tinha sua marca registra- da, que era trazer um mix de novidades musicais de diversas culturas para seus ouvintes.”
A exposição “60 Anos de Discotecagem em São Paulo” traz, em ordem cronológica, fotos históricas, flyers de época, figurinos, discos em vinil, instalações audiovisuais e equipamentos que ajudam a contar a linha do tempo da evolução do áudio no Brasil.
A mostra colaborativa teve participação de mais de 100 DJS de várias épocas e estilos musicais, como a própria Sonia Abreu, KL Jay, DJ Marky, DJ Nuts, Vintage Culture, VJ Spetto, Erika Palomino (atual diretora do Centro Cultural São Paulo), L_cio, Tessuto, Gop Tun, Mamba Negra, Tony Hits, Gui Boratto, Davis, Dmitri, Iraí Campos, Julião, Fábio Mergulhão, Claudia Guimarães, e muitos outros.
Fonte: capital.sp.gov.br