Levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do município de São Pau- lo (TCM) mostra que existe desperdício de asfalto nas operações tapa-buraco nas ruas da cidade, impactando em desperdício de material e prejuízo em recursos públicos.
Imagens do TCM mostram que, na maioria dos serviços executados na cidade de São Paulo, os consertos foram feitos em uma área da via muito superior ao tamanho dos buracos.
“Se você está gastando mais massa asfáltica, você poderia estar tapando outros buracos com esse excedente que foi feito. Foi uma constatação inicial um trabalho primeiro que o gabinete fez. E o tribunal vai prosseguir com suas auditorias para levantar os valores indicados de quantidade. Tem que ter uma fiscalização mais firme para evitar esses desperdício com massa asfáltica”, afirma o conselheiro do TCM.
Nos meses de março e abril, uma equipe do TCM fez, como teste, uma série de solicitações ao Portal 156 da Prefeitura de São Paulo, pedindo o fechamento de buracos em vias públicas de 10 subprefeituras da cidade. O procedimento adotado foi semelhante ao que faria qualquer munícipe que so- licitasse o mesmo reparo. Ao todo foram feitos 82 pedidos, sendo que o prazo dado pelo Portal da Prefeitura para a execução dos serviços de tapa-buracos foi de 45 dias.
Das 82 solicitações, 24 foram indeferidas, a maioria delas com a justifica- tiva de que a responsabilidade pelo buraco na via era de responsabilidade de uma concessionária, como Telefônica, Comgás e Sabesp. Em 9 casos, a Prefeitura registrou que a demanda havia sido atendida, mas se constatou que, na verdade, os serviços não tinham sido executados.
O pedido de reparo foi efetivamente atendido em 49 das 82 solicitações feitas. Mas foram justamente esses casos concluídos que chamaram a atenção pois se constatou, na grande maioria das vezes, que os consertos foram fei- tos numa área da via muito superior à necessária quando comparada ao ta-
manho dos buracos.
Apesar da obrigatoriedade de as equipes de tapa-buraco fazerem fotos do local antes, durante e depois das intervenções e da exigência da demarcação prévia do reparo e do acompanhamento dos trabalhos, comprovou-se que o gasto de massa asfáltica para a realização do serviço era muito superior ao necessário para o correto fechamento dos buracos.
Fonte: g1.globo.com