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COVID-19 NO PELEZÃO

Prefeitura de SP cria vagas em centros esportivos para acolhimento a população de rua com suspeita de coronavírus

A Prefeitura de São Paulo abriu novas vagas em cinco centros esportivos da cidade para acolhimento da população de rua na cidade com suspeita e casos confirmados de coronavírus.
Os locais ficam nas regiões da Sé, Santo Amaro, Luz, Santana e Mooca, e funcionam 24 horas. Os sem teto com sintomas da Covid-19 são levados pro centro de acolhimento Pelezão, que fica na Lapa, onde há 106 vagas.
Já os sem-teto que fizeram o exame, testaram positivo para a doença e não apresentam complicações, são encaminhados para o centro de acolhimento Vila Clementino, na Zona Sul, que oferece 38 vagas.
O direcionamento é feito pelas equipes de saúde da gestão municipal que atua nas ruas e nos demais serviços da assistência social.
“As pessoas que já estão nos centros de acolhida da Prefeitura e que tenham sintomas do Covid, após atendimento da saúde, quando não há necessidade de internação hospitalar, são redirecionadas para esses dois centros em função do diagnóstico ou de sintomas”, disse o secretário adjunto de Assistência e Desenvolvimento Social, Douglas Carneiro.
O atendimento também é feito por equipes da organização Médico Sem Fronteiras, parceira da gestão municipal no atendimento aos moradores de rua.
Ainda de acordo com o secretário, a Prefeitura está em busca de novos espaços para abertura de novos serviços por conta do período de temperaturas mais baixas, com a chegada do inverno.
Segundo o Censo de 2019, são 24 mil pessoas em situação de rua na capital paulista. 13% têm mais de 60 anos. Ou seja, ao menos 3120 delas fazem parte do grupo de risco para o coronavírus.
Denúncias – Voluntários que atuam diretamente com a população de rua relatam aumento do número de reclamações dos sem-teto com relação a ação da Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana.
O jornalista João Carlos Visconti é voluntário há dois anos. Em março, ajudou a formar o grupo “Entre amigos”. Atualmente, são dez pessoas envolvidas.
O grupo atua na região da Vila Leopoldina, prepara comida e sai de carro pelas ruas da Zona Oeste e do Centro. Além de comida, eles também distribuem cobertores e roupas para os sem-teto.
Ele revela que quando visitam um mesmo grupo tempos depois, geralmente, as pessoas reclamam que perderam os objetos doados. “Eles sempre estão sem coisas. Aí eu falo: cadê as suas coisas? O rapa levou, respondem”, conta o jornalista.
Na última quarta-feira, os voluntários estavam entregando comida e cobertor na Vila Leopoldina. E encontraram um rapaz chamado Luís Fernando, que narrou como a ação dos agentes de segurança acontece.
“Todo o final de semana o rapa passa recolhendo as coisas dos moradores de rua, leva roupa, colchão, barraca e leva tudo. Se tiver na hora e você pegar é perigoso apanhar”.
“Eu acho revoltante. Tem muita coisa que a gente pode fazer de forma inteligente . Você retirar os pertences de pessoas que não tem nada é burrice, é revoltante. Só vai piorar a nossa situação”, afirma a voluntária Graziela.
Questionada, a Prefeitura de São Paulo disse que na semana passada fez a limpeza de alguns locais na região da Lapa, de acordo com reclamações de moradores. E que foram retirados apenas materiais considerados sem utilidade, como madeira, sofás velho.

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