O Governo de São Paulo espera consolidar entre a população do estado uma cultura de atenção a riscos diante da recorrência de eventos climáticos extremos. Uma das principais iniciativas nesse sentido é o estabelecimento dos alertas da Defesa Civil sobre chuvas e deslizamentos, do sistema cell broadcast, que passaram a ser disparados em dezembro de 2024 e são considerados peça-chave na prevenção de acidentes no estado.
A Defesa Civil já emitiu 77 alertas severos de chuva para moradores de 75 cidades desde dezembro de 2024. Também foram emitidos 5 alertas extremos – que indicam um grau ainda maior de risco – para moradores do Guarujá. Os alertas têm a finalidade de avisar a população sempre que a chuva atinge um volume elevado – ou seja, não é uma previsão do tempo, mas sim um aviso de que a chuva passou a representar um risco elevado, por isso é enviado na maioria das vezes quando já está chovendo.
O coordenador da Defesa Civil de São Paulo, coronel Henguel Pereira, afirmou nesta quinta-feira (20) que a recorrência de eventos climáticos extremos acende um alerta de atenção. Em painel sobre os dois anos dos deslizamentos em São Sebastião, o coronel citou também os atendimentos aos atingidos pelas chuvas neste ano em diferentes regiões do estado e disse que os investimentos do Estado visam garantir à população não apenas a resposta imediata para os efeitos de eventos climáticos extremos, mas também na prevenção.
“As coisas mudaram. Antes, falávamos que ventos de 70 km/h eram considerados extremos. Hoje, temos ventos de 120 km/h e chuvas de 200mm em uma hora”, avaliou Henguel. “O trabalho de prevenção que estamos fazendo vai construir uma cultura de atenção a riscos em São Paulo e no país, para ensinar as pessoas a se protegerem e conviverem com o risco.”
Henguel citou o Japão como exemplo de como a comunicação com a sociedade minimiza riscos e permite a preparação para momentos de crise. O país asiático também utiliza a tecnologia cell broadcast para alertar a população sobre riscos. “Todo o território japonês está em uma área de risco, por tsunamis, terremotos, deslizamentos, e lá se criou uma cultura a atenção a riscos que melhorou a resiliência na população”, disse.
Alertas da Defesa Civil indicam risco e necessidade de autoproteção
O objetivo dos alertas da Defesa Civil é despertar na população a percepção de risco e de autoproteção. A intenção é que ao receber a mensagem, o cidadão saiba que a Defesa Civil identificou um perigo potencial e, neste caso, é recomendado procurar um local seguro, permanecendo em casa ou no trabalho ou, ainda, se estiver em deslocamento, evitar permanecer em ruas que alagam e parar ao lado de árvores.
A Agência SP mostrou as diferenças entre os tipos de alertas da Defesa Civil em São Paulo. São dois: severo e extremo. A emissão leva em conta um conjunto de fatores como: acumulado de chuva ocorrido na última hora, intensidade de chuva prevista para a próxima hora, velocidade dos ventos, incidência de raios, característica geológica e hidrológica da região. A análise é feita por um grupo de analistas que verificam o potencial do fenômeno e se pode causar transtornos.
Severo: não há uma urgência imediata, ou seja, a população tem mais tempo para se proteger. Este alerta indica a necessidade de medidas de proteção. O sinal sonoro se assemelha a um “beep” similar ao do SMS e não irá soar no modo silencioso. A tela fica congelada e a mensagem só desaparecerá se o usuário a fechar.
Extremo: é o nível máximo de alerta, caracterizado por ameaças extremas à vida ou à propriedade. Esse nível de alerta chama a população para adotar medidas de proteção imediata. Neste caso, a mensagem acionará a vibração do aparelho e um sinal sonoro, semelhante a uma sirene, ainda que o celular esteja no modo silencioso. A tela fica congelada com a mensagem e só desaparece se o usuário a fechar.
Fonte: saopaulo.sp.gov.br