O uso de plantas medicinais pela humanidade para fins terapêuticos é realizado há milhares de anos. Uma planta é considerada medicinal quando possui substâncias que, administradas ao ser humano, podem prevenir, curar ou tratar doenças. Já o processo de industrialização de uma planta medicinal dá origem aos chamados medicamentos fitoterápicos.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), plantas medicinais e fitoterápicos estão inseridos nas chamadas medicinas tradicionais, complementares e integrativas (MTCI), denominação que se refere um amplo conjunto de práticas de atenção à saúde baseado em teorias e experiências de diferentes culturas utilizadas para promoção da saúde, prevenção e recuperação, levando em consideração o ser integral em todas as suas dimensões.
No entanto, a comercialização irregular de produtos, ainda que chamados ou considerados naturais, representa risco à população, uma vez que eles não estão isentos de toxicidade, e se forem utilizados de modo equivocado podem apresentar mais efeitos negativos do que positivos.
Chás podem ser considerados alimentícios ou medicinais – Há diversas maneiras de utilizar as plantas medicinais, e uma das mais tradicionais é no preparo de chás, que no Brasil têm seu comércio regularizado em diferentes categorias: como planta medicinal, chá alimentício (incluindo o pronto para consumo) e chá medicinal, considerado um fitoterápico. É importante salientar que apenas os chás regularizados como fitoterápicos podem ter alegações de uso medicinal.
Veja a diferença entre um produto e outro, de acordo com a Cartilha de Orientações sobre o uso de Fitoterápicos e Plantas Medicinais, elaborada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
– As plantas medicinais devem ser comercializadas secas, embaladas, identificadas pelo nome botânico em farmácias e ervanarias e, como não são regulamentadas como medicamentos, não podem ter alegações terapêuticas ou medicinais; também não podem ter bulas ou folheto informativo contendo informações de uso, pois estas informações são permitidas apenas aos medicamentos.
– Os chás alimentícios são vendidos em supermercados na forma de sachês em doses individualizadas da planta seca ou a granel, para que o próprio consumidor prepare a bebida, ou ainda podem ser disponibilizados como bebida pronta para o consumo. As partes de espécies vegetais autorizadas para o preparo de chás alimentícios e para o uso como especiarias estão disponíveis em legislação própria.
– O chá medicinal tem obrigatoriedade de regularização como medicamento e pode ser vendido apenas em farmácias e drogarias. Esses chás podem ser preparados por infusão, decocção ou maceração.
Os fitoterápicos regularizados e vendidos em farmácia representam uma garantia de controle e eficácia para os fins medicinais a que se propõem. Porém, para quem prefere preparar o seu próprio chá fitoterápico, algumas precauções devem ser tomadas. Veja mais dicas da Cartilha de Orientações sobre o uso de Fitoterápicos e Plantas Medicinais da Anvisa:
– Certifique-se de que a planta medicinal utilizada seja a correta. Plantas diferentes podem ser identificadas com o mesmo nome popular, o que pode levar a intoxicações e/ou ausência do efeito terapêutico;
– É preciso conhecer a parte correta da planta a ser utilizada (folhas, flores, frutos, sementes, partes que crescem embaixo da terra, cascas), pois diferentes partes podem ter substâncias distintas e apresentar outros efeitos terapêuticos e tóxicos, mesmo sendo da mesma planta;
– Use apenas plantas provenientes de terrenos limpos (longe de esgoto a céu aberto, fossas ou de beira de estradas), que tenham sido regadas com água potável, sem utilização de agrotóxicos e armazenadas em ambientes limpos, arejados e livres de pragas, como insetos e roedores;
– Deve-se conhecer a forma correta de preparação. Alguns fitoterápicos devem ser preparados, por exemplo, usando água quente, enquanto outros não podem, devendo ser usada água em temperatura ambiente. O alho, por exemplo, contém substâncias que degradam com o calor, não podendo ser usada água quente na sua preparação para evitar a perda de suas propriedades terapêuticas;
– É importante conhecer a dose correta, os horários de utilização e por quanto tempo a planta pode ser utilizada, considerando que o uso contínuo da mesma planta medicinal pode causar efeitos danosos ao organismo;
– Busque informações com os profissionais de saúde, e informe-se sobre qualquer reação desagradável que acontecer enquanto estiver usando plantas medicinais e fitoterápicos; informe também ao seu médico se está utilizando plantas medicinais e fitoterápicos, principalmente antes de cirurgias, uma vez que os constituintes das plantas medicinais e dos fitoterápicos podem interagir com alimentos, medicamentos ou mesmo com exames laboratoriais.
– Observe cuidados especiais com gestantes, mulheres amamentando, crianças e idosos. Fonte: capital.sp.gov.br
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