O Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas realizou um estudo mostrando que a oxigenoterapia hiperbárica pode contribuir com a recuperação de lesões musculoesqueléticas e aponta a eficácia da câmera hiperbárica na recuperação pós-cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior no joelho.
A análise em desenvolvimento abriu novas linhas de pesquisa no tratamento de algumas doenças ortopédicas, como é exposto pelo líder do estudo e professor Marcos Demange, do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFM) da Universidade de São Paulo.
A lesão no ligamento cruzado anterior do joelho é um dano comum entre os praticantes de esportes, que é ocasionado quando o atleta estoura o ligamento central do joelho, deixando-o instável. De acordo com o professor, o tempo de recuperação após o tratamento pode ser longo até que o ligamento fique novamente forte.
Demange expõe que o tratamento passou a ser utilizado para cicatrizar tecidos em que a oxigenação era ruim e em que bactérias cresciam demasiadamente, gerando infecções, gangrenas ou feridas grandes. Utilizando a mesma lógica de tecidos que não possuem boa oxigenação e que, por isso, demoram para cicatrizar, o professor e sua equipe tiveram a ideia de utilizar a medicina hiperbárica no sistema esquelético.
Além disso, coloca-se um oxigênio a 100% dentro da câmera hiperbárica e, em vez dos vinte poucos por cento que a gente está respirando, faz com que o oxigênio, além de ser transportado pela hemoglobina, corra pelo plasma, elevando o nível do oxigênio mais de seis ou sete vezes, ajudando a célula a crescer, explicita o professor.
No estudo foi feita a divisão de dois grupos, em que um grupo ficou no ar normal e o outro ficou cinco dias seguidos recebendo uma hora e meia de oxigênio trapiperbárica. Após três meses, que é o tempo de recuperação do ligamento, foi analisado em exames de alta resolução um resultado promissor em que o ligamento estava bem mais resistente. Embora a terapia seja benéfica, existem algumas contraindicações.
Os estudos desenvolvidos ainda serão utilizados na prática; no momento, os estudos clínicos com os pacientes serão iniciados. A linha de pesquisa vai ser expandida para outros locais que não só do ligamento cruzado anterior, mas também para o menisco, a cartilagem, o tendão do ombro e em outras regiões com uma cicatrização ruim. Fonte: saopaulo.sp.gov.br
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