O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, instaurou nesta terça-feira, 25 de julho, inquérito civil público para investigar possíveis violações às regras de gratuidade de sepultamentos na cidade de São Paulo. A administração dos 22 cemitérios da capital foi transferida em março a 4 empresas particulares.
O MP suspeita que as regras adotadas a partir dessa mudança de administração estejam afetando a concessão de gratuidade nos enterros para pessoas em vulnerabilidade no Município. Famílias com renda mensal de até três salários mínimos ou de até meio salário mínimo per capita têm direito a sepultamento sem custo na cidade, desde que estejam com a inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) atualizada.
Entre as diligências determinadas pelo promotor Reynaldo Mapelli Júnior estão o pedido de uma série de esclarecimentos sobre a questão, como os valores dos sepultamentos antes e depois da concessão dos cemitérios, o número de sepultamentos gratuitos ocorridos por ano e quanto à obrigatoriedade de inscrição no CadÚnico para uso do benefício.
Para Mapelli Junior, a Prefeitura de São Paulo não vem atualizando devidamente o CadÚnico, o que pode estar impedindo a gratuidade no sepultamento de pessoas vulneráveis. Outro foco da investigação é o preço cobrado pelos velórios e sepultamentos nos 22 cemitérios municipais após a concessão do serviço à iniciativa privada.
Inclusive, na edição nº1013 do Jornal Nosso Bairro, de 16 de junho de 2023, já citávamos na matéria “Cemitério da Lapa, ônus e bônus” agora administrado pelo Grupo Maya, onde moradores da região reclamam que a então Quadra Geral (parte do terreno que era destinado ao sepultamento dos pobres) já não existe mais, e pior, passou a ser vendida!
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