Pequenos comércios de bairros em cheque
Já não é de hoje que algumas grandes empresas vem entrando “sorrateiramente” na vizinhança dos bairros, até ontem inimagináveis que seriam “contemplados” com suas franquias, aqui mesmo do ladinho de casa, onde outrora funcionava a Vendinha da Dona Maria, o Bar do Luizinho, o Açougue do Seô Zé, a Padaria do Mané Português, o Empório dos Irmãos Gomes ou a Pizzaria ou Hamburgueria. Pois bem, no começo eles foram chegando, devagarinho, se alojando em pontos estratégicos, dando um ar de modernidade e tal, mas de cara causando estragos no comércio local. Hoje essa invasão é mais rápida e perceptível, assim como o estrago que causaram, causam e ainda causarão.
Sem fazer caça as bruxas ou expôr esta ou aquela grande empresa, mas já citando algumas marcas famosas da vida, como OXXO, Swift, McDonald’s, Minuto Pão de Açúcar, Carrefour Bairro ou Mini Extra, que a princípio, parecem ótimas opções é claro, mas se olharmos com mais atenção, vocês já repararam no impacto que essas “conveniências” causaram no comércio local? Se ainda não, reparem…Cadê aqueles comerciantes conhecidos da gente? Cadê aquele emprego próximo de casa? Cadê aquele fiado até o dia do pagamento? Cadê aquela pechincha? Pois é, desapareceram!
Se por um lado essas lojas trazem conveniência para o consumidor, por outro causam um estrago econômico na região. Segundo pesquisas, a cada loja dessas famosas que abre, de 5 a 7 pequenos comércios fecham. Ao comprar no mercado de bairro, a renda fica com o pequeno empreendedor, que vai gastar na própria região. Já no caso destas “conveniências”, parte do lucro vai para os cofres de grupos bilionários, ou até mesmo para fora do nosso país. Se pensarmos bem, essas redes são máquinas de concentração de riqueza e destruição de pequenos negócios.
E por quê isso acontece? Os mercadinhos ou comércios de bairros, não têm o poder de escala e diversificação dessas grandes marcas. Por conta da sua força financeira, eles conseguem pagar um aluguel maior (tirando o pequeno do seu lugar), ter mais variedades e um poder de compra e de marketing impossível para o pequeno empreendedor, que estão sendo engolidos.
Consumir é uma necessidade e um ato democrático, onde cada um faz ao seu jeito, mas enquanto ainda tiver opção, consuma de forma mais alinhada com os seus valores, consuma do pequeno comerciante do seu bairro. Pois no balanço comercial regional, aquele provérbio: “não há ônus sem bônus”, infelizmente está invertido e muito!