22 de março é comemorado o Dia Mundial da Água, no entanto, essa riqueza natural imprescindível para sobrevivência de tudo e de todos, está agonizando e pedindo socorro.
Um relatório divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica aponta que seis rios e córregos da cidade de São Paulo estão com o resultado da água ruim ou péssima. Foram analisados 13 rios e córregos da capital, desses apenas em um foi constatada a água de boa qualidade, do Córrego do Sapateiro, com nascente na Vila Mariana que deságua no Lago do Parque Ibirapuera, na Zona Sul. Os três piores locais foram em trechos do Rio Pinheiros. Seis trechos tiveram a qualidade considerada regular. O levantamento analisou 77 trechos de rios que fazem parte do bioma da Mata Atlântica em 17 estados do Brasil. No Lago do Ibirapuera, onde a água foi de regular para boa, surgiu também a possibilidade da existência de outros seres vivos na água – em 2021, segundo moradores, começaram a aparecer peixes em sua foz, no rio Pinheiros.De 2020 para 2021, somente dois dos 13 pontos que tiveram água coletada para o teste tiveram uma melhora na qualidade da água. Em todo o estado foram 74 pontos analisados em 31 cidades, a água foi considerada boa em apenas cinco amostras. O estudo também apontou a precaridade do Rio Tietê, onde a qualidade da água é ruim. Em todos os rios e córregos do estado, houve redução do número de locais com água considerada boa na comparação com a análise feita em 2020, foi de 12 para 9.
Para o coordenador do programa Observando Rios da SOS Mata Atlântica, a situação é preocupante mas houve avanços. Ele afirma que é preciso um esforço coletivo para despoluir os rios de São Paulo. “Para melhorar os rios de São Paulo é muito importante ter o esforço de toda sociedade. Primeiro do poder público continuando com as obras de despoluição do Tietê e com o esforço da sociedade para cobrar o poder público, cobrar o empresariado para ter atitudes positivas em relação ao meio ambiente e a água e, por fim, as empresas para que elas sejam mais responsáveis com seus produtos e não agridam tanto o meio ambiente”, afirmou Gustavo Veronesi. Sem falar nas atitudes individuais de cada cidadão, que também são responsáveis por ligações clandestinas de esgotos e o descarte de lixo em córregos.
Em todo o Brasil, mais de 20% dos pontos de rios analisados apresentam qualidade de água ruim ou péssima, enquanto em 72,6% dos casos as amostras podem ser consideradas regulares. Somente 6,8% dos rios da Mata Atlântica do país apresentam água de boa qualidade. Os indicadores foram obtidos entre janeiro e dezembro de 2021 por 106 grupos voluntários de monitoramento da qualidade da água do Programa Observando os Rios. Foram feitas 615 análises em 146 pontos de coleta de 90 rios e corpos d’água de 65 municípios em 16 estados do bioma Mata Atlântica.
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